Universidade Aberta

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MPEL 05

sábado, 14 de julho de 2012

Seminário

"Como Desenhar e Defender a sua Tese de Doutoramento"

A UNAVE/Universidade de Aveiro e a Idea Puzzle organizaram o seminário "Como Desenhar e Defender a sua Tese de Doutoramento". Este seminário, dirigido pelo Professor Doutor Ricardo Morais, decorreu hoje dia 14 de julho na Universidade de Aveiro.

Este seminário tinha como destinatários estudantes de doutoramento e de mestrado, professores e investigadores em qualquer área de conhecimento.

Foi um seminário bastante bom, valeu a pena.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Reflexão sobre a experiência de aprendizagem em PPeL

Efetuado em  http://www.wordle.net/create

A Unidade Curricular de Processos Pedagógicos em eLearning decorreu de uma forma muito dinâmica e diversificada.

Demos inicio a esta UC com uma excelente "ferramenta de trabalho" chamada de contrato de aprendizagem que cumprimos ao longo deste 2º semestre.
A atividade 1A foi um grande desafio para mim, com muito trabalho de pesquisa, mas muito gratificante e onde aprendi muito, não só com a ajuda dos colegas mas também com a preciosa ajuda do professor que prontamente sempre se disponibilizou.
A atividade 1B também foi de muita pesquisa para a escolha da bibliografia anotada. A partilha de ideias e recursos no fórum desta atividade foi muito benéfica.
Quanto à representação visual do meu PLE foi outro grande desafio, mas agora sinto que poderia ter feito muito melhor.
A atividade 2 foi muito trabalhosa, mas muito interessante, começando pela escolha do tema da entrevista, escolha do entrevistado, guião da entrevista, entrevista em si e a produção final do paper. A utilização do respetivo fórum para troca de dúvidas e de experiências foi fundamental.
A atividade 3 foi mais outro desafio, primeiro a exploração de várias ferrramentas, depois a organização de um curso online e por fim a sua implementação.

Aprendi muito com todas estas atividades e sinto que muito tenho ainda para aprender, mas já não me sinto um formiguinha tão pequenina, já cresci um pouco mais.

No geral os objetivos mínimos parecem-me que foram atingidos, a experiência foi enriquecedora, a troca de ideias e experiências entre o professor e os colegas foi excelente.
Os timings para mim por vezes foram dificies de cumprir por variadissímas razões, como a sáude e a parte profissional, mas com a sempre disponibilidade e boa vontade do professor fomos gerindo as tarefas ao longo do semestre da melhor forma possível.
A lógica que o professor José Mota menciona nas orientações gerais do "aprender sobre" para um "aprender ser" foi conseguida. Partimos na atividade 1 do estudo da pedagogia do elearning, passando pela análise de práticas de quem o desenvolve na atividade 2 e terminamos a atividade 3 com uma aplicação do que aprendemos numa passagem do papel do estudante para o papel do professor.
O suporte teórico desta UC foi muito positivo. A marcação do ritmo das tarefas provocou dinamismo na UC, mesmo com algumas dificuldades de cumprimento dos prazos estabelecidos. O trabalho colaborativo/cooperativo também foi muito positivo com a utilização dos foruns respetivos.  
Para mim a unidade curricular de Processos Pedagógicos em eLearning merecia ser feita em dois semestres para que ouvesse mais tempo para a investigação e exploração de recursos (lanço aqui a ideia).
Penso que esta UC foi mesmo uma experiência recompensadora para todos como o professor José Mota nos disse nas boas vindas a esta unidade curricular.

Aproveito para deixar um obrigado a todos os colegas e os parabéns ao professor José Mota por tudo o que fez por nós e pelo nosso curso.


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Entrevista

Entrevista ao Professor António Moreira Teixeira realizada em Dezembro de 2011.

1-    De acordo com a sua experiência, como encarava o ensino online à cinco anos atrás?

Há cinco anos atrás (2006), a minha experiência de docência online era substancialmente diferente. Na verdade, a UAb não possuía uma política institucional de educação virtual, nem sequer digital, à altura. Só em meados desse mesmo ano se estabeleceu a virtualização da universidade e da sua prática pedagógica como um objectivo estratégico de desenvolvimento a curto/médio prazo. Neste sentido, em 2006 não existia ainda um modelo pedagógico institucional, muito menos focado no ensino online, nem sequer uma infra-estrutura tecnológica institucional de suporte (plataforma e portal académico).
Este contexto aliado aliava-se a um ambiente tecnológico ainda claramente anterior à Web 2.0 e especialmente ao sucesso retumbante e, de certo modo, inesperado das redes sociais.
Estes factores condicionavam uma perspectiva da educação online como já fortemente colaborativa, mas ainda muito baseada na construção de comunidades fechadas, bem como na importância do pré-empacotamento dos conteúdos. Com efeito, a relevância dos ambientes virtuais de aprendizagem padronizados e especialmente desenhados, bem como dos recursos disponibilizados previamente era ainda muito elevada.
Em certa medida, a perspectiva que se tinha do ensino online ainda era muito afectada pela sua valorização comparativa com a aprendizagem em ambiente presencial.

2-    Quais as alterações que tem verificado do ponto de vista do papel do professor online?

Do ponto de vista do professor online, a principal alteração tem a ver com a redefinição do seu papel. O professor é cada vez menos um transmissor de conhecimento, ou mesmo um gestor de uma comunidade de aprendizagem, mas um nó na rede de ligações que cada aluno estabelece para aprender algo. A tarefa docente online complexificou-se, na medida em que a pressão do desenvolvimento tecnológico o forçaram a ser especialista em múltiplos domínios (conhecimento disciplinar, tecnológico, psicológico, sociológico, ético, etc.). Em boa verdade, o professor online tem de ser hoje um competente gestor de pessoas, das suas aspirações, problemas e anseios.



3-    Quais as técnicas de ensino online que utilizava? Quais as que prefere agora? Quais as que pensa vir a utilizar em 2016?

Há cinco atrás, o ensino online na UAb, concentrava-se praticamente em absoluto em três ou quatro cursos de mestrado e um ou dois cursos livres sem grau oferecidos pelo Departamento de Educação (na altura designado Departamento de Ciências da Educação). Não existia, como atrás referido, um modelo de ensino estabilizado, embora o departamento tivesse desenvolvido alguns documentos pedagógicos normativos de carácter genérico.
Na altura, estava-se ainda a estrear a utilização da plataforma Moodle, o que representava um avanço importante do ponto de vista da facilidade de utilização e potencialidades do ambiente virtual em relação aos anteriormente utilizados. Do ponto de vista pedagógico, porém, o meu enfoque dirigia-se ao trabalho de leitura e interpretação individual de textos e outros materiais escritos de suporte fornecidos no espaço virtual e à discussão de temas e problemas em grupo-turma propostos e moderados pelo professor.
Posteriormente, com a implantação do Modelo Pedagógico Virtual e a universalização da utilização da Moodle, bem como do enorme sucesso das ferramentas sociais, o enfoque mudou substancialmente. Nos últimos anos tenho vindo a utilizar de modo sistemático e intensivo wikis (a actividade inicial em todos os cursos que lecciono organiza-se em torno de uma construção colaborativa em wiki de uma definição-padrão para um conceito fundador do curso em causa), por vezes com retro-alimentação externa à comunidade de aprendizagem, blogs individuais dos estudantes, intervenção organizada dos estudantes em blogs externos à comunidade e aprendizagem, capacidade de pesquisa individual e colectiva de materiais de aprendizagem em motores de busca externos e redes sociais, utilização cada vez mais intensiva de recursos abertos (nomeadamente de natureza videográfica) como materiais de referência, etc. Isto para além da utilização dos fóruns, ainda que cada vez menos na modalidade moderada pelo professor e mais na de auto-moderação pelo grupo ou sub-grupos (equipas de trabalho pré-escolhidas).
Em 2016, parece-me evidente que o ambiente de aprendizagem será ainda mais aberto e por isso múltiplo, funcionando na nuvem. Não estou certo, porém, que a implantação institucional de ambientes pessoais de aprendizagem se faça de modo acelerado. Há vários aspectos a salvaguardar, tal como a utilização de REA (OER) num contexto de aprendizagem formal ainda tem pela frente importantes desafios. Todavia, creio que a tendência será a de utilizar ambientes de aprendizagem cada vez mais individualizados e construídos a partir de múltiplas ferramentas existentes. Assim, as instituições oferecerão não um espaço definido, mas um leque de opções de construção do espaço de cada estudante. O mesmo se aplicará aos professores/tutores/instrutores.
Assim, imagino o «meu» espaço de ensino online em 2016 como um misto de ferramentas abertas e também comerciais organizadas em nuvem (não sedeadas institucionalmente), no qual os estudantes terão maior capacidade de definir os seus próprios percursos de aprendizagem, bem como os respectivos recursos e que sejam cada vez mais responsabilizados (avaliados) pela materialização dos resultados dessa mesma aprendizagem. No final do percurso é o resultado dos vários produtos realizados que é avaliado e esse mesmo deve ser público (e-portfólios abertos). Naturalmente, nem tudo será nem poderá ser aberto. Entendo o meu papel como o de um treinador (entre manager e coach), alguém que organiza a interacção do grupo, que desenvolve as capacidades individuais e colectivas do mesmo em função de metas de desenvolvimento a curto, médio e longo prazo e que o faz permanentemente em privado, para que o grupo o demonstre regularmente em público o resultado dessa aprendizagem.
4-    O que pensa que irá acontecer para 2016. Quais as grandes alterações na prática pedagógica online?

Como referi atrás, creio que os grandes desafios dos próximos anos são o da gestão entre abertura e reclusão dos espaços de aprendizagem, o da crescente automatização de algumas tarefas tutoriais, o da crescente participação dos estudantes na definição e estruturação dos percursos de aprendizagem (mesmo formais) e na escolha dos respectivos recursos, e ainda o da alteração das metodologias de avaliação e certificação das aprendizagens.
No que respeita ao primeiro, é evidente que a utilização de ambientes de aprendizagem parcial ou totalmente abertos, comporta uma alteração substancial no papel do professor ou tutor. A exposição pública do percurso de aprendizagem individual e colectivo, para além da possibilidade destes serem condicionados pela intervenção de elementos externos, escolhidos ou não pelos próprios alunos, com carácter pontual ou regular, implica uma gestão muito mais flexível dos conteúdos programáticos e uma atenção redobrada aos aspectos psicológicos e éticos da aprendizagem.
A crise económica em que parte importante do mundo mergulhou terá necessariamente repercussões na prática educativa. Assim, uma crescente pressão para a diminuição dos custos, aliada à escassez de recursos humanos, convidará previsivelmente à adopção da tecnologia com vista a diminuir o custo do factor humano na educação. Também na educação online tal movimento encontrará previsivelmente eco, pela automatização de algumas das funções tutoriais típicas. Não se tratará da imposição de uma cultura de auto-aprendizagem pura, mas de introdução de processos de transferência de algumas das funções tutoriais para o próprio estudante (assistido por recursos tecnológicos) ou para a comunidade (procurando diluir os custos com economias de escala).
Conjuga-se com este aspecto um outro, o do aumento da participação do estudante na construção da sua solução de aprendizagem individualizada. Como consequência de todos estes elementos, as práticas de avaliação terão de mudar, adaptando-se. O recurso a práticas de auto-avaliação e avaliação individual pelo grupo ou pela comunidade (turma), serão progressivamente disseminadas, a meu ver, mesmo em contextos formais.


5-    Como caracteriza o papel do aluno desde 2006 até aos dias de hoje?

O papel do aluno tem vindo a mudar substancialmente. No início, o aluno era ainda entendido como um sujeito passivo no âmbito de um processo comunicativo. Embora, em 2006, já estivesse estabelecido o primado da aprendizagem como um processo social de construção colaborativa de um conhecimento, esse processo era entendido como o de um colectivo pré-estabelecido, no qual o aluno individual era apenas um actor de um enredo que o ultrapassava. Na verdade, ele era ainda um destinatário do processo comunicativo estabelecido por quem detinha o controlo da comunidade.
Hoje em dia, e cada vez mais no futuro, o aluno individual tem-se libertado e assumido como agente co-criador da própria comunidade. Assim, ele define a sua rede de ligações sociais relevantes para o processo de aprendizagem, participa no estabelecimento do percurso de aprendizagem e na construção dos respectivos momentos. Ganhou portanto uma renovada autonomia no processo educativo.



sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Atividade 2 Práticas Pedagógicas em eLearning


A atividade 2 consiste na elaboração de um artigo sobre práticas pedagógicas em E-learning.
Foi proposto pelo professor José Mota a realização de uma entrevista a um professor ou formador em contexto online e elaboração de um artigo científico (paper) com base nela e nos recursos explorados.

1º Explorar os recursos disponibilizados, revisitar os já utilizados e pesquisar outros que possam ser  necessários para apoiar o trabalho;
Elaborar o guião da entrevista;
Realizar a entrevista; e
Elaborar o artigo

Guião da Entrevista

Biografia do Entrevistado
António Moreira Teixeira é pró-reitor para Inovação em Ensino à Distância da Universidade Aberta. Licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, obteve o grau de Mestre em Filosofia e Cultura pela mesma instituição. Também conta com um doutoramento em Filosofia. Docente na Universidade Aberta desde 1991, é investigador do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, sendo Vice-presidente da Associação Ad Lucem. Integrou igualmente o Centro de Estudos em Educação e Inovação, o Centro de Estudos Históricos e Interdisciplinares e o Centro de Estudos em Didáctica da Filosofia da Universidade Aberta. Presentemente é vice-coordenador do Mestrado em Arte e Educação.
 
Aproveitando a experiência do entrevistado em prática pedagógica online, pensei em fazer o passado (5 anos atrás), presente e futuro (2016) sobre práticas pedagógicas em E-learning.
 Método assíncrono, através do correio electrónico.
Perguntas:
1- De acordo com a sua experiência, como encarava o ensino online à cinco anos atrás?
2- Quais as alterações que tem verificado do ponto de vista do papel do professor online?
3- Quais as técnicas de ensino online que utilizava? Quais as que prefere agora? Quais as que pensa vir a utilizar em 2016?
4- O que pensa que irá acontecer para 2016. Quais as grandes alterações na prática pedagógica online?
5- Como caracteriza o papel do aluno desde 2006 até aos dias de hoje?
Análise do material recolhido e integração na reflexão.

A entrevista está disponível em:
http://zeliapatrociniompel05.blogspot.com/2012/01/entrevista.html
 


Gomes (2008) identifica cinco gerações de modelos de educação à distância, possibilitados pela evolução tecnológica e a esta altura prespetivava-se o surgimento de uma sexta geração com base nos desenvolvimentos tecnológicos da altura, no domínio dos "mundos virtuais". A autora caracteriza a 1ª geração como a do ensino por correspondência, em que se fazia a utilização de documentos impressos e se recorria ao correio postal. A 2ª geração era caraterizada como a do tele-ensino, recorrendo a emissões radiofónicas e televisivas. A 3ª geração era a da multimédia, com utilização de CDs e DVDs. A 4ª geração já era caraterizada pelo E-Learning, com a utilização da Internet-Web. A 5ª geração é a do M-Learning, com a utilização de PDAs, telemóveis, leitores de MP3 e MP4 e por último a 6ª geração referente aos mundos virtuais, com a utilização de ambientes virtuais na Web.


As teorias sobre o Ensino à Distância têm evoluido ao longo das últimas décadas. O EaD apresenta carateristicas únicas, distanciando-se do Ensino Tradicional. Um dos aspetos que aparece em todas as teorias apresentadas remete-nos para a separação existente entre professor/aluno(s).
Coutinho (2011) destaca seis das definições mais plausíveis:
  • O Estudo Independente de Wedemeyer (1971) - O EaD é regulado pelo aluno, quer no que diz respeito às suas necessidades, quer aos objetivos específicos que ele próprio define. Esta teoria sobre o estudo independente apresenta três aspetos fundamentais: a autonomia, a importância do aluno no processo de aprendizagem e a aprendizagem ao longo da vida.
  • A Conversação Didática de Holmberg (1989) - Realça a inter-personalização do processo de ensino à distância. Usa o termo "comunicação não continua" para descrever a continuação existente quando professor/aluno(s) estã separados no tempo e no espaço.
  • O Modelo Industrial de Otto Peters (1994) - Para este autor a EaD é um produto da sociedade industrial em que vivemos. Peters procedeu a uma comparação entre o EaD e o processo de produção industrial, tentando identificar carateristicas comuns, tais como a divisão do trabalho, a mecanização, a produção em massa, a normalização e a centralização.
  • A Distância Transacional de Moore (1993) - Analisa duas dimensões existentes no EaD, a da "distância transacional", que é mais abrangente do que a simples distânciação geográfica e a "autonomia do aluno". Moore atribui grande importância à autonomia do aluno, durante todo o seu processo de aprendizagem.
  • A Teoria de Reeintegração dos Atos de Ensino de Keegan (1993) - Keegan salienta que a EaD não se carateriza pela comunicação interpessoal, mas pela separação quer no tempo, quer no espaço dos atos de ensino/aprendizagem. O aspeto essencial situa-se no ato de aprendizagem, e para o qual é necessário criarem-se e planearem-se meios para uma comunicação inter-pessoal produtiva.
  • E a Teoria da Comunicação e controlo do aprendiz de Garrison (1989) - A EaD e a tecnologia são inseparáveis, evoluindo a par com a evolução tecnológica o autor considera que o processo de aprendizagem implica uma interação com o professor. É preciso uma comunicação bidirecional, é necessário o uso da tecnologia para apoiar a transação educativa.

Passado, presente e futuro.


A Universidade Aberta (UAb) em Portugal, fundada em 1988, foi pioneira no ensino superior à distância em Portugal.




Há cinco anos atrás, o ensino online na UAb, concentrava-se praticamente em absoluto em três ou quatro cursos de mestrado e um ou dois cursos livres sem grau oferecidos pelo Departamento de Ciências da Educação. Não existia, um modelo de de ensino estabilizado, embora o departamento tivesse desenvolvido alguns documentos pedagógicos normativos de caráter genérico. Estava-se ainda a estrear a utilização da plataforma Moodle, o que representava um avanço importante. Do ponto de vista pedagógico, havia um trabalho de leitura e interpretação individual de textos e outros materiais escritos de suporte fornecidos no espaço virtual e discussão de temas e problemas em grupo/turma propostos e moderados pelo professor Teixeira (2011).


Em 2006, a experiência de docência online do professor António era substancialmente diferente. A UAb não possuía uma política institucional de educação virtual, nem sequer digital, à altura. Só em meados desse mesmo ano se estabeleceu a virtualização  da universidade e da sua prática pedagógica como um objetivo estratégico de desenvolvimento a curto/médio prazo. Neste sentido, em  2006 na UAb não existia ainda um modelo pedagógico institucional, nem uma infra-estrutura tecnológica institucional, muito menos focado no ensino online, nem sequer  uma infra-estrutura tecnológica institucional de suporte (plataforma e portal académico). Este contexto aliava-se a um ambiente tecnológico ainda claramente anterior à Web 2.0 e especialmente ao grande sucesso e, de certo modo, inesperado das redes sociais. Estes fatores condicionavam uma prespetiva da educação online como já fortemente colaborativa, mas ainda muito baseada na construção de comunidades fechadas, bem como na importância do pré-empacotamento dos conteúdos. Com efeito, a relevância dos ambientes virtuais de aprendizagem padronizados e especialmente desenhados, bem como dos recursos disponibilizados previamente era ainda muito elevada. Em certa medida, a perspetiva que se tinha do ensino online ainda era muito afetada pela sua valorização comparativamente com a aprendizagem em ambiente presencial Teixeira (2011).


 




Nos útimos anos o professor Teixeira tem vindo a utilizar de modo sistemático e intensivo wikis, (a atividade inicial em todos os cursos que lecciona organiza-se em torno de uma construção colaborativa em wiki), por vezes com retro-alimentação externa à comunidade de aprendizagem, blogs individuais dos estudantes, intervenção organizada dos estudantes em blogs externos à comunidade e aprendizagem, capacidade de pesquisa individual e coletiva de materiais de aprendizagem em motores de busca externos e redes sociais, utilização cada vez mais intensiva de recursos abertos (nomeadamente de natureza videográfica) como materiais de referência, etc. Para além da utilização de fóruns, ainda que cada vez menos na modalidade moderada pelo professor e mais na de auto-moderação pelo grupo ou sub-grupos (equipas de trabalho pré-escolhidas).


Do ponto de vista do professor online, a principal alteração tem a ver com a redefinição do seu papel. O professor é cada vez menos um transmissor de conhecimento, ou um gestor de uma comunidade de aprendizagem sendo a comunidade de aprendizagem entendida como uma rede de nós o professor é um nó na rede de ligações que cada aluno estabelece para aprender algo. A pressão do desenvolvimento tecnológico levaram a que a tarefa docente online se fosse complexificando forçando o professor a ser especialista, em diversos domínios como o tecnológico, psicológico, sociológico, ético para além do conhecimento disciplinar. O professor online tem de ser hoje um competente gestor de pessoas, das suas aspirações, problemas e anseios Teixeira (2011). O professor entende que o seu papel é como o de um treinador (entre manager e coach), alguém que organiza a interação do grupo, que desenvolve as capacidades individuais e coletivas do mesmo em função de metas de desenvolvimento a curto, médio e longo prazo e que o faz permanentemente em privado, para que o grupo o demonstre regularmente em público o resultado dessa aprendizagem.

Passado, presente e futuro.


O aluno do ensino tradicional tem um papel passivo, com poucas responsabilidades. Tem que adaptar-se às diferenças de estilo e métodos de ensino dos professores. É um ensino com base na memorização e na imitação do que faz o professor. O papel do aluno tem vindo a mudar substancialmente ao longo dos anos, foi ganhando uma renovada autonomia no processo educativo. O aluno era entendido como um sujeito passivo no ambito do processo comunicativo. Embora, em 2006, já estivesse estabelecido o primado da aprendizagem como um processo social de construção colaborativa de um conhecimento, esse processo era entendido como o de um coletivo pré-estabelecido, no qual o aluno individual era apenas um ator de um enredo que o ultrapassava. Ele era um destinatário do processo comunicativo estabelecido por quem detinha o controlo da comunidade. Hoje em dia, e cada vez mais no futuro, o aluno individual tem-se libertado e assumido como agente co-criador da própria comunidade, é ele que estabelece a sua rede de ligações sociais revelantes para o processo de aprendizagem, participa no estabelecimento do percurso de aprendizagem e na construção dos respetivos momentos. Ganhou portanto uma renovada autonomia no processo educativo Teixeira (2011).





Para o professor Teixeira, em 2016, parece evidente que o ambiente de aprendizagem será mais aberto e por isso múltiplo, funcionando na nuvem. Não estando certo, porém, que a implantação institucional de ambientes pessoais de aprendizagem se faça de modo acelarado. Há vários aspetos a salvaguardar, tal como a utilização de REA num contexto de aprendizagem formal ainda tem pela frente importantes desafios. No entanto o professor crê que a tendência será a de utilizar ambientes de aprendizagem de aprendizagem cada vez mais individualizados e construídos a partir de múltiplas ferramentas existentes. Assim, as instituições oferecerão não um espaço definido, mas um leque de opções de construção do espaço de cada estudante. O mesmo se aplicará aos professores/tutores/instrutores.
O professor António Teixeira imagina o "seu" espaço de ensino online em 2016 como um misto de ferramentas abertas e também comerciais organizadas em nuvem (não sedeadas institucionalmente), no qual os estudantes terão maior capacidade de definir os seus próprios percursos de aprendizagem. Para o professor as práticas de avaliação terão de mudar, adaptando-se. O recurso a práticas de auto-avaliação e avaliação individual pelo grupo ou pela comunidade (turma) serão progressivamente disseminadas, mesmo em contextos formais. O ambiente de aprendizagem será ainda mais aberto e por isso múltiplo funcionando na nuvem. A tendência será a de utilizar ambientes de aprendizagem cada vez mais individualizados e construídos a partir de várias ferramentas existentes. As instituições oferecerão um leque de opções de construção do espaço de cada estudante.



Fiz uma contextualização começando pela evolução histórica do ensino à distância, falando das seis gerações mais importantes do ensino à distância depois introduzi as teorias mais relevantes sobre o EaD. Depois iniciei o tema das práticas pedagógicas com a introdução do ensino online no passado, presente e futuro,  do professor online, do papel do aluno no passado, presente e futuro e para finalizar do futuro do ensino online.

Todos os avanços tecnológicos vieram facilitar a criação de novas formas de aprendizagem,  mais aliciantes e motivadoras. Tal como no ensino presencial, o professor online tem de atuar como organizador e facilitador da participação dos estudantes usando um conjunto de estratégias pedagógicas necessárias para lhes assegurar uma experiência de aprendizagem enriquecedora. No futuro esse conjunto de estratégias pedagógicas será cada vez mais aberto. Quanto ao futuro não nos podemos deitar a adivinhar mas tudo nos leva a querer que irá haver um aumento da eficiência da utilização das diferentes tecnologias. As TICs na educação do futuro também se multiplicarão, tornando-se mais e mais audiovisuais, instantâneas e abrangentes.

Gostaria de terminar com uma passagem do discurso de Barack Obama aos estudantes na abertura do ano letivo de 2009, apesar de ele estar falar do ensino presencial, mas que também se aplica neste caso ao ensino online. "Já fiz muitos discursos sobre educação, e falei muito da responsabilidade. Falei da responsabilidade dos vossos professores de vos motivarem, de vos fazerem ter vontade de aprender". Esta responsabilidade dos professores é comum ao ensino presencial e à distância e para mim é um dos papeis mais importantes no processo de aprendizagem.
Na passagem do seu discurso que se segue ele fala da responsabilidade que cada aluno tem para com a sua educação. "E é nisso que eu quero focar hoje: na responsabilidade que cada um de vocês tem na educação de vocês. Eu quero começar com a responsabilidade que vocês têm com vocês mesmos. Todos têm uma coisa na qual são bons. Cada um de vocês tem algo a oferecer. E vocês têm a responsabilidade com vocês mesmos de descobrir o que é. Esta é a oportunidade que a educação pode dar".

Recursos:

Coutinho, Clara P. (2011). Práticas Pedagógicas em E-Learning. Disponível  em:
http://www.tecminho.uminho.pt/UserFiles/File/C2011_Praticas_Pedag_%20eLearning.pdf. Acedido em Dezembro de 2011.

Gomes, M. J. (2008). Na Senda de Inovação Tecnológica no Ensino à Distância. Revista Portuguesa de Pedagogia, 42(2), 181-202. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/8073/1/artigo-senda.pdf. Acedido em Dezembro de 2011.

Obama, Barack (2009). Discurso aos estudantes. Disponível em: http://noticias.uol.com.br/ultnot/internacional/2009/09/08/ult1859u1420.jhtm. Acedido em Dezembro de 2011.

Teixeira, António M. (2008). Interface Universidades. Disponível em: http://www.algebrica.pt/Arquivo/Newsletters/universidades/8/index.htm. Acedido em Dezembro de 2011.